De tempos em tempos uma pessoa que passou na minha vida comenta aqui no blog pedindo para que eu tire um poema que ela fez para mim...eu confesso que acho estranho isso...quem nega o seu passado está negando sua própria história...no ultimo comentário, que são mediados por isso não são publicados, ela foi extremamente agressiva...a nossa historia já faz uns 2 anos...e ela guarda a magoa do que aconteceu (ou que não aconteceu) desde lá...eu não guardo magoa dela...na verdade guardo pouquissimas magoas da vida...mágoas não são boas de se cultivar...uma coisa é certa: ela terá que trabalhar com a ideia de que estamos no passado uma da outra...vivemos algo que foi bonito enquanto durou...e eu não nego minha historia, logo, não apagarei nada deste blog...quanto aos insultos, eu entendo que ela esteja chateada...apenas entendo...mas como diria Belchior.."o passado é uma roupa que não nos serve mais..."
O cult do cult
Para rir... Para chorar... Para chorar de rir... Filmes, músicas, textos, livros, contos... Tudo que você encontrará aqui é CULT...a fina flor da favela do mundo...
sábado, 27 de fevereiro de 2016
terça-feira, 21 de julho de 2015
Você abre a porta e entra...
você abre a porta e entra
está dentro do seu coração
imagine que sua dor é uma bola branca que irá curar você
isso mesmo
é sua dor
a dor é uma bola branca que irá curar você
acho que não
esta é sua vida
é a última gota para você
melhor do que isso não pode ficar
esta é sua vida que acaba um minuto por vez
isto não é um seminário
nem um retiro de fim de semana
de onde você está, não pode imaginar como será o fundo
somente após uma desgraça conseguirá despertar
somente depois de perder tudo, poderá fazer o que quiser
nada é estático
tudo é movimento
e tudo está desmoronando
esta é sua vida
melhor do que isso não pode ficar
esta é sua vida
e ela acaba um minuto por vez
você não é um ser bonito e admirável
você é igual a decadência refletida em tudo
todos fazemos parte da mesma podridão
somos o único lixo que canta e dança no mundo
você não é sua conta bancária
nem as roupas que usa
você não é o conteúdo de sua carteira
você não é seu câncer de intestino
você não é seu café com leite
você não é o carro que dirige
você não é suas malditas gatinhas
você precisa desistir
você precisa saber que vai morrer um dia
antes disso, você é um inútil
será que nunca serei completo?
será que nunca ficarei contente?
será que não vou me libertar de suas regras rígidas?
será que não vou me libertar de sua arte inteligente?
será que não me libertarei dos pecados e do perfeccionismo?
digo: você precisa desistir
digo: evolua mesmo se você desmoronar por dentro
esta é sua vida
melhor do que isso não pode ficar
esta é sua vida
ela acaba um minuto por vez
você precisa desistir
(Do livro Corpo inciso, vazado e transmutado
Beatriz Ferreira Pires)
terça-feira, 26 de agosto de 2014
A VIDA É UMA ÓPERA - DOM CASMURRO - MACHADO DE ASSIS
CAPÍTULO VIII
É TEMPO
Mas é tempo de tornar àquela tarde de novembro, uma tarde clara e fresca, sossegada como a nossa casa e o trecho da rua em que morávamos. Verdadeiramente foi o princípio da minha vida; tudo o que sucedera
antes foi como o pintar e vestir das pessoas que tinham de entrar em cena, o acender das luzes, o preparo das rabecas, a sinfonia… Agora é que eu ia começar a minha ópera. “A vida é uma ópera”, dizia um velho italiano
que aqui viveu e morreu… E explicou-me um dia a definição, em tal maneira que me fez crer nela. Talvez valha apena dá-la; é só um capítulo.
CAPÍTULO IX
A ÓPERA
Já não tinha voz, mas teimava em dizer que a tinha. “O desuso é que me faz mal”, acrescentava. Sempre que uma companhia nova chegava da Europa, ia ao empresário e expunha-lhe todas as injustiças da
terra e do céu; o empresário cometia mais uma, e ele saía a bradar contra a iniquidade. Trazia ainda os bigodes dos seus papeis. Quando andava, apesar de velho, parecia cortejar uma princesa de Babilônia1. Às vezes, cantarolava,
sem abrir a boca, algum trecho ainda mais idoso que ele ou tanto; vozes assim abafadas são sempre possíveis. Vinha aqui jantar comigo algumas vezes. Uma noite, depois de muito Chianti2, repetiu-me a definição do costume,
e como eu lhe dissesse que a vida tanto podia ser uma ópera como uma viagem de mar ou uma batalha, abanou a cabeça e replicou:
- A vida é uma ópera e uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do
mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados e a orquestração é excelente…
- Mas, meu caro Marcolini…
- Quê?…
E, depois de beber um gole de licor, pousou o cálix, e expôs-me a história da criação, com palavras que vou resumir.
Deus é o poeta. A música é de Satanás, jovem maestro de muito futuro, que aprendeu no conservatório do céu. Rival de Miguel, Rafael e Gabriel3, não tolerava a precedência que eles tinham na distribuição
dos prêmios. Pode ser também que a música em demasia doce e mística daqueles outros condiscípulos fosse aborrecível ao seu gênio trágico. Tramou uma rebelião que foi descoberta a tempo, e ele, expulso do conservatório.
Tudo se teria passado sem mais nada, se Deus não houvesse escrito um libreto de ópera, do qual abrira mão, por entender que tal gênero de recreio era impróprio da sua eternidade. Satanás levou o manuscrito consigo para
o inferno. Com o fim de mostrar que valia mais que os outros – e acaso para reconciliar-se com o céu -, compôs a partitura, e logo que a acabou foi levá-la ao Padre Eterno.
- Senhor, não desaprendi as lições recebidas, disse-lhe. Aqui tendes a partitura, escutai-a, emendai-a, fazei-a executar, e se a achardes digna das alturas, admiti-me com ela a vossos pés…
- Não, retorquiu o Senhor, não quero ouvir nada.
- Mas, Senhor…
- Nada! Nada!
Satanás suplicou ainda, sem melhor fortuna, até que Deus, cansado e cheio de misericórdia, consentiu em que a ópera fosse executada, mas fora do céu. Criou um teatro especial, este planeta, e inventou
um companhia inteira, com todas as partes, primárias e comprimárias, coros e bailarinos.
- Ouvi agora alguns ensaios!
- Não, não quero saber de ensaios. Basta-me haver composto o libreto; estou pronto a dividir contigo os direitos de autor.
Foi talvez um mal esta recusa; dela resultaram alguns desconcertos que a audiência prévia e a colaboração amiga teriam evitado. Com efeito, há lugares em que o verso vai para a direita e a música para
a esquerda. Não falta quem diga que nisso mesmo está a beleza da composição, fugindo à monotonia, e assim explicam o terceto do Éden4, a ária de Abel5, os coros da guilhotina e da escravidão. Não é raro que os mesmos
lances se reproduzam, sem razão suficiente. Certos motivos cansam à força de repetição. Também há obscuridades; o maestro abusa das massas corais, encobrindo muita vez o sentido por um modo confuso. As partes orquestrais
são, aliás, tratadas com grande perícia. Tal é a opinião dos imparciais.
Os amigos do maestro querem que dificilmente se possa achar obra tão bem acabada. Um ou outro admite certas rudezas e tais ou quais lacunas, mas com o andar da ópera é provável que estas sejam preenchidas
ou explicadas, e aquelas desapareçam inteiramente, não se negando o maestro a emendar a obra onde achar que não responde de todo ao pensamento sublime do poeta. Já não dizem o mesmo os amigos deste. Juram que o libreto
foi sacrificado, que a partitura corrompeu o sentido da letra, e posto, seja bonita em alguns lugares, e trabalhada com arte em outros, é absolutamente diversa e contrária ao drama. O grotesco, por exemplo, não está no
texto do poeta; é uma excrescência para imitar as Mulheres Patuscas de Windsor6. Este ponto é contestado pelos satanistas com alguma aparência de razão. Dizem eles que, ao tempo em que o jovem Satanás compôs a grande
ópera, nem essa farsa nem Shakespeare eram nascidos. Chegam a afirmar que o poeta inglês não teve outro gênio senão transcrever a letra da ópera, com tal arte e fidelidade, que parece ele próprio o autor da composição;
mas, evidentemente, é um plagiário.
- Esta peça, concluiu o velho tenor, durará enquanto durar o teatro, não se podendo calcular em que tempo será ele demolido por utilidade astronômica. O êxito é crescente. Poeta e músico recebem pontualmente
os seus direitos autorais, que não são os mesmos, porque a regra da divisão é aquilo da Escritura: “Muitos são os chamados, poucos os escolhidos”7. Deus recebe em ouro, Satanás em papel.
- Tem graça…
- Graça? bradou ele com fúria; mas aquietou-se logo, e replicou: Caro Santiago, eu não tenho graça, eu tenho horror à graça. Isto que digo é a verdade pura e última. Um dia, quando todos os livros forem
queimados por inúteis, há de haver alguém, pode ser que tenor, e talvez italiano, que ensine esta verdade aos homens. Tudo é música, meu amigo. No princípio era o dó, e o dó fez-se ré, etc8. Este cálix (e enchia-o
novamente). Este cálix é um breve estribilho. Não se ouve? Também não se ouve o pau nem a pedra, mas tudo cabe na mesma ópera.
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
Insônia - Álvaro de Campos
Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insônia da largura dos astros,
E um bocejo inútil do comprimento do mundo.
Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,
Não posso escrever quando acordo de noite,
Não posso pensar quando acordo de noite —
Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!
Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!
Não durmo, jazo, cadáver acordado, sentindo,
E o meu sentimento é um pensamento vazio.
Passam por mim, transtornadas, coisas que me sucederam
— Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que me não sucederam
— Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que não são nada,
E até dessas me arrependo, me culpo, e não durmo.
Não tenho força para ter energia para acender um cigarro.
Fito a parede fronteira do quarto como se fosse o universo.
Lá fora há o silêncio dessa coisa toda.
Um grande silêncio apavorante noutra ocasião qualquer,
Noutra ocasião qualquer em que eu pudesse sentir.
Estou escrevendo versos realmente simpáticos —
Versos a dizer que não tenho nada que dizer,
Versos a teimar em dizer isso,
Versos, versos, versos, versos, versos...
Tantos versos...
E a verdade toda, e a vida toda fora deles e de mim!
Tenho sono, não durmo, sinto e não sei em que sentir.
Sou uma sensação sem pessoa correspondente,
Uma abstração de autoconsciência sem de quê,
Salvo o necessário para sentir consciência,
Salvo — sei lá salvo o quê...
Não durmo. Não durmo. Não durmo.
Que grande sono em toda a cabeça e em cima dos olhos e na alma!
Que grande sono em tudo exceto no poder dormir!
Ó madrugada, tardas tanto... Vem...
Vem, inutilmente,
Trazer-me outro dia igual a este, a ser seguido por outra noite igual a esta...
Vem trazer-me a alegria dessa esperança triste,
Porque sempre és alegre, e sempre trazes esperança,
Segundo a velha literatura das sensações.
Vem, traz a esperança, vem, traz a esperança.
O meu cansaço entra pelo colchão dentro.
Doem-me as costas de não estar deitado de lado.
Se estivesse deitado de lado doíam-me as costas de estar deitado de lado.
Vem, madrugada, chega!
Que horas são? Não sei.
Não tenho energia para estender uma mão para o relógio,
Não tenho energia para nada, para mais nada...
Só para estes versos, escritos no dia seguinte.
Sim, escritos no dia seguinte.
Todos os versos são sempre escritos no dia seguinte.
Noite absoluta, sossego absoluto, lá fora.
Paz em toda a Natureza.
A Humanidade repousa e esquece as suas amarguras.
Exatamente.
A Humanidade esquece as suas alegrias e amarguras.
Costuma dizer-se isto.
A Humanidade esquece, sim, a Humanidade esquece,
Mas mesmo acordada a Humanidade esquece.
Exatamente. Mas não durmo.
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Sobre grilos e amores...
Tenho visto muitos tipo do que as pessoas gostariam que fosse amor...
Muitos amigos se queixam de ter um relacionamento sufocante, desinteressante, dominador, ciumento e por ai vai!
A todos que me procuram para “chorar as pitangas” porque seus namoros não estão bem, eu sempre digo a mesma coisa...”Se não está bom...faz de outro jeito...se não puder, o que não tem remédio, remediado
está”...mas ao contrário do que eles mesmos falam, no dia seguinte, estão de volta as suas vidas “mais ou menos”...seus namoros “mais ou menos”....seus sentimentos “mais ou menos”...
Eu me pergunto, quando isso acontece, porque raios essas pessoas estão nessa vida???? quando vão entender que o momento para ser feliz é AGORA...nem ontem, porque já passou...nem amanhã, porque não sabemos
se o amanha existirá...
Ai entramos num outro lado da historia...até que ponto as pessoas se acham merecedoras da felicidade...até que ponto elas querem realmente serem felizes e buscam isso...
As vezes, de tempos em tempos, temos que parar...pensar...para continuar...reorganizar as coisas...a minha hora de parar foram nos últimos 2 anos...devidamente reorganizada posso seguir em frente...mas o que
é bom só é reconhecido quando estamos em paz conosco, com a vida e com os outros...
Como diz a música, tudo é uma questão de manter A MENTE QUIETA, A ESPINHA ERETA E O CORAÇÃO TRANQUILO...se um dos 3 não está assim...repense!!!
terça-feira, 19 de agosto de 2014
foram 2 anos de dor...
noites e noites chorando e pensando porque?!?!?!
como pode alguém dar amor e receber ignorância em troca???
ai me dei conta...as pessoas só dão o que tem para dar...infelizmente, ela não tinha amor para me dar...
Ai veio uma outra fase...a solidão..sentir-se só mesmo estando rodeada de pessoas...
Uma saudade doida do que ainda não vivi...
E foi numa noite de névoas que tudo clareou na minha frente...
E eu chorei de felicidade ao ver que ESTOU PRONTA!!!
já não sinto saudade, nem raiva, nem dor...não sinto nada por ela...
meu coração finalmente tá limpo e em ordem...
percebi que mesmo quando as coisas parecem nubladas aos nossos olhos, ao vermos com o coração vemos muito mais longe...
Estou em paz comigo mesma pela primeira vez em 2 anos...
Estou em silencio...estou tranquila finalmente...
domingo, 3 de agosto de 2014
Simplesmente ser...
Que tudo passe.
Que tudo aquilo que já não me serve, passe.
Que tudo aquilo que me impede de brilhar meu ser, passe.
Que tudo que não me acrescenta, passe.
Que a separação que fiz do Deus que habita em mim, passe.
Que tudo a seu tempo, passe.
E que eu reconheça quando tudo passar.
E simplesmente possa ser.
Que tudo aquilo que já não me serve, passe.
Que tudo aquilo que me impede de brilhar meu ser, passe.
Que tudo que não me acrescenta, passe.
Que a separação que fiz do Deus que habita em mim, passe.
Que tudo a seu tempo, passe.
E que eu reconheça quando tudo passar.
E simplesmente possa ser.
Namastê
domingo, 27 de julho de 2014
Um dia sonhamos juntas..até tu me deixar...
Hoje percebo que os sonhos que sonhamos juntas nada mais eram que os meus próprios sonhos que eu quis dividir com você...e você não deu valor..
Mas os sonhos são meus...as conquistas também...e fico muito feliz e orgulhosa de cada uma das minhas conquistas e de cada sonho que, ao ser realizado, gera outros e mais outros sonhos...
Sou boa nisso...em sonhar e realizar...
sábado, 19 de julho de 2014
Sobre amor e cavalos
eu estava aqui pensando...
existe uma linha muito tênue no meu entendimento, que separa “amor” de “o que poderia ser amor”...tive poucos amores na vida, mas todos eles passaram por um momento X..é
como aquele ditado do cavalo que passa encilhado apenas uma vez...se você tem coragem de pular nele, poderá ter a viagem mais linda da sua vida, mas se não tive tal coragem, continuará existindo...mas não vivendo!
Tenho teclado com muitas mulheres...todas elas muito carentes, solitárias e na expectativa de “um grande amor”...como se esse amor fosse chegar na hora em que eu, ou
elas, quiséssemos..
Vejo o amor como este cavalo encilhado...ele passou por mim a, aproximadamente 4 anos atras...subi nele e num determinado ponto, do trajeto que seguíamos, cai...ora, todos
sabemos que quando caímos temos que levantar, avaliar a situação, descansar, lamber as feridas para depois nos colocarmos a postos novamente à espera de um novo cavalo encilhado...porque o amor é assim...ele se renova,
na medida que nos renovamos...ele se refaz, se redefine, se regenera...e tenho plena consciência de que um dia..quando eu menos esperar, o cavalo passará de novo...e eu estarei pronta...a postos...
quinta-feira, 26 de junho de 2014
...
que de minhas lagrimas brote o amor verdadeiro....
estou cansada de sofrer pelo medo de amar...
estou cansada de sofrer pelo medo...
estou cansada de sofrer...
estou cansada...
estou...
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